quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O básico do básico na dinâmica newtoniana



As 3 leis fundamentais de Newton, no domínio clássico não relativístico com      v <<  c (velocidade muito menor que a velocidade da luz no vacuo, que vale uns 300.000 km/seg).


1ª – Lei da inércia: um corpo permanece em seu estado de repouso ou UM (movimento uniforme sem aceleração) a menos que alguma força seja aplicada sobre ele. A inércia é uma consequência direta da massa dos corpos, massa entendida como quantidade mensurável de matéria sujeita à interação com os outros corpos do Universo (esse é o conceito de massa inercial, que não pode ser confundido com mass gravitacional ou carga gravitacioanal).


2ª – Princípio da ação e reação: a toda ação haverá uma correspondente reação. Exemplo: ao empurrar uma parede sentimos a “reação” da parede contra nosso esforço; mesmo ao levantar uma pena o peso dela fará uma reação contra o nosso esforço no sentido de permanecer aonde estiver... evidente que é muito mais fácil elevar uma pena do chão do que derrubar uma parede de tijolos.


3ª – A força aplicada em um corpo é diretamente proporcional à sua massa e à aceleração sentida por em determinado referencial; essa “lei” nas equações originais de Newton tem a forma:


F = dQ/dt, onde dQ é a variação da Quantidade de Movimento (Q = M.v)       e dt é a Variação de Tempo, como a Massa é invariável num sistema clássico     (v << c) então fica:


F = dQ/dt  =>  F = d M.v/dt  => (como a massa permanece constante)        F = M. dv/dt


Como dv/dt é igual a aceleração ( a ) ficamos com:


F = M.a  (Força é igual à massa vezes a aceleração)



Outros conceitos derivados da mecânica clássica newtoniana:


Energia Cinética:  EC = M.v²/2


Energia Potencial Gravitacional: EP = M . g . h (g = aceleração da gravidade – 9,8 m/seg²; h = altura do corpo em relação ao nível do mar).


Trabalho de uma força:  T = F. d. cosΦ (F – força, d – distância, cosΦ – cosseno do ângulo que a força faz em relação ao eixo horizontal do referencial).


Princípio da conservação de energia: em qualquer sistema físico a energia total se conserva ao longo do tempo; por exemplo, num corpo em queda livre toda a energia potencial gravitacional é sempre transformada em energia cinética, em qualquer ponto de sua trajetória.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Dilma... primeiro discurso pós 2º turno

Desmontar os palanques significa perceber que na democracia – em toda e qualquer democracia – no processo eleitoral se disputam visões, propostas, as mais diferentes, e essas propostas e essas visões são levadas ao escrutínio popular.


O povo vai decidir o que ele considera que seja a proposta que ganhará majoritariamente apoio e aquela que não ganhará.


Isso significa ter consciência do que a democracia é.


A democracia é, primeiro, esse fato: você disputa a eleição, se submete e pode ou não, ganhar.


O ato de poder ou não ganhar faz parte do jogo democrático. Há que saber ganhar, como há que saber perder.


As duas exigem uma atitude.


A atitude do ganhador não pode ser nem de soberba, nem pretensão de ser o último grito em matéria de visão política.


Não pode, de maneira alguma, retratar uma visão pretensamente mandatada por um processo qualquer que faz com que não seja necessário nem o diálogo, nem a construção de consensos, nem a construção de, como vocês chamam, pontes.


Quando eu fiz a minha manifestação, logo depois da eleição, eu afirmei: toda eleição, ela indica um processo, ela indica um processo.


Neste caso nosso, duas palavras ganharam destaque: mudança e reforma, indicando, assim, que o governo, apesar de ter uma presidenta reeleita, tem de ser um governo que proponha mudanças e reformas.


Ao mesmo tempo, é um governo que tem de governar para todos os eleitores, independentemente do qual seja o voto daquele eleitor ou o que ele represente.


Isso é decisivo que se entenda que faz parte do processo democrático.


Qualquer tentativa de retaliação por parte de quem ganhou, ou ressentimento por parte de quem perdeu, é uma incompreensão do processo democrático.


E mais, criaria no Brasil um quadro caótico: o presidente eleito por um lado não conversa com o governador eleito por outro. O senador eleito por um lado não conversa com o outro senador eleito por outro.


Não pode ser assim.


Isto não implica que nós podemos pretender que alguém abra mão das suas convicções ou das suas posições.


Ninguém deve abrir mão das suas convicções, nem das suas posições.


O que nós temos que defender é um diálogo com base em propostas, não tem diálogo genérico, é com base no que nós consideramos o correto e outros consideram um pouco diferente, então, tem de ver se dá para fazer um encontro em uma posição consensual.


É disso que se trata, não tem mais nenhuma vírgula a mais, nem a menos.


Agora, qualquer suposição que uma campanha não acirra ânimos, também não seria real. Ela acirra ânimos, ela acirra ânimos…


Agora, qual é a nossa função como cidadãos brasileiros?


Da presidenta a todas as lideranças, é mudar o ritmo da discussão.


Se a discussão era uma discussão que acirrava ânimos, até porque você tem de mostrar as diferenças e, ao mostrar as diferenças, você ressalta mais o que é diferente do que é possivelmente comum, nós agora temos que fazer a trajetória inversa.


Isso ocorre em qualquer democracia madura do mundo, em qualquer uma.


Eu queria dizer que nós temos algumas características que eu considero que nós temos de valorizar.


Nós saímos de um processo ditatorial, fizemos uma transição democrática e estamos em uma eleição que, de fato, cada vez mais aprofunda a democracia no Brasil.


Nós sabemos que o espaço principal de diálogo é no Congresso, porque no Congresso está expressa toda a diversidade da Nação brasileira, diversidade essa que todos nós temos de valorizar porque é o que marca e é a nossa característica intrínseca mais forte.


Nós somos uma nação multidiversa, portanto somos uma sociedade multidiversa. E o que se expressa no Congresso é essa sociedade, essa nação. E é ali que nós temos um local de diálogo.


Isso não significa que nós não tenhamos os partidos políticos, os órgãos diferentes do governo de dialogar com os diferentes setores, de dialogar, por exemplo, com o agronegócio, de dialogar com a agricultura familiar, de dialogar com a indústria.


Temos de dialogar com todos os setores, com os movimentos sociais, com as centrais sindicais, enfim, nós temos de ter uma abertura para dialogar com todos.


Agora, o espaço privilegiado de articulação política é o Congresso Nacional. E é lá que se dará, basicamente, a relação entre o governo e os partidos.


Essa relação, pra mim, ela é uma relação estratégica. E quando eu cumprimentei a sobriedade, a pedagógica sobriedade do PSD, é porque eu acho que é muito importante para o Brasil uma relação como a pretendida pelo PSD e a que tem sido desenvolvida ao longo do processo com o meu governo.


Quero cumprimentá-los por isso, porque eu acho que é um exemplo relacionamento político, sóbrio e concreto.


Eu quero, também, dizer que eu farei as mudanças que todos nós escutamos ao longo da campanha eleitoral, antes da campanha eleitoral e sabemos que estamos escutando sistematicamente.


Essas mudanças, nós temos de saber que elas serão o resultado da vontade, do trabalho e da articulação do governo, dos partidos que integram nossa base aliada, do Congresso e, portanto, dos partidos da base com a oposição.


Essas mudanças, elas são fruto de um processo de síntese que nós vamos levar a cabo.


(…)


E aí, eu queria dizer quais são os principais pontos para essas mudanças. Em termos de metas é aceleração do crescimento, combate à inflação, preservação da responsabilidade fiscal, continuidade da expansão do emprego e da renda, e da inclusão social.


Em cima desses pontos mais simples que se dá o nosso processo.


Agora, eu conto com o PSD, também para que a gente consiga, primeiro, de fato efetivar uma reforma política.


Acho que o Brasil precisa de uma reforma política. (…) Nós falharíamos se não fizéssemos uma reforma política. O Brasil necessita dessa reforma.


É óbvio que ela passa pelo Congresso, mas também não podemos descuidar da presença e dos interesses populares expressos durante toda a campanha.


Dos 7 milhões de assinaturas arrecadadas, das propostas colocadas e temos de entender este processo, eu não pretendo, nem ninguém do governo pretende, ter a fórmula pronta de como é que isso se dará.


Agora, nós temos de ter a convicção que é algo que temos de assumir e encaminhar.


Nós temos de ter capacidade de entender que, sem isso, o Brasil não dará os passos que tem de dar.


Acho que nós também temos de olhar e todo mundo aqui sabe da dificuldade de fazer pelos conflitos distributivos que enseja uma reforma tributária. Temos de ter capacidade de entender isso. Sempre se cria um impasse na questão da reforma tributária.


Eu considero que nós conseguimos mostrar um caminho de reforma tributária quando demos um passo na universalização do Simples. O processo mais similar a uma reforma tributária feita no Brasil foi a universalização do Simples e este processo que nós nos comprometemos durante a campanha e faremos que é (…) o fim do abismo tributário, no caso dos micro e pequenos empreendedores. Foi um desafio, conseguimos fazer.


Agora, é um passo, ele mostra um caminho, mostra uma direção de simplificação, de unificação e de fim da burocracia.


A outra questão que eu acho que nós teremos de ter muita clareza sobre ela é mais acesso e qualidade na educação e na saúde.


(…)


Posto que aqui tem governadores eleitos, mais do que nunca – vice-governadores também – mais do que nunca tratar de (…) Uma política nova de segurança pública; nós nos comprometemos, na campanha, em enviar uma mudança na Constituição para responsabilizar a União, também, pela política de segurança. É algo fundamental para poder dar unidade e consistência, agir de forma coordenada no plano nacional e mais rigor no combate à corrupção e à impunidade. E eu acho que está casado também com a questão da reforma política.


(…)


o PSD para mim é protagonista. Eu acho que o PSDB é oposição.


… o resultado da eleição é o seguinte: eu fui eleita situação, reeleita presidente. E eles tiveram menos votos, foram indicados para oposição.


É isso que é a democracia, a democracia faz esse processo, uns vão para oposição e outros vão para a situação, é da vida.


Saber perder é saber em que ponto você está, não significa que nós vamos construir, como vocês disseram aqui, um muro entre nós, né?


Um muro tem um lado do Brasil que é a situação e tem o outro lado do Brasil que é a oposição… não tem isso (…)


Os eleitores não são de ninguém, não são meus, não são de ninguém. Os eleitores são os brasileiros que nós temos que dar conta do que eles querem a partir de agora. Cada um de nós, os governadores nos seus estados, que nós somos majoritários e os senadores também que foram eleitos, mesmo por parte do eleitorado, nunca é 100%, também serão senadores de todos os integrantes da população que representam.


(…)


o PSD é um integrante do meu governo, faz parte da minha base aliada e, portanto, é protagonista. Protagonista significa não só apoio passivo, protagonista significa agente ativo. É essa a minha, o meu intuito, é essa a minha visão e eu vou me comportar, a partir de agora, baseada nesse posicionamento e quero dizer uma coisa: eu tenho muito clareza da importância que o PSD ocupa nesse cenário partidário brasileiro. Muita clareza do papel e da importância desse papel. Cada partido ocupa um papel, todos eles são extremamente importantes, mas o PSD tem uma característica que eu comecei falando e vou encerrar com ela: acredito que o centro político é um espaço privilegiado nas democracias e que um centro político é um espaço que nós temos de considerar como sendo extremamente importante.


Muitas vezes, ali no centro político, (é) que os diferentes conflitos da sociedade podem ter resolução.


Então, é isso que eu espero do PSD,  (…) e faço minhas palavras as do (Cláudio) Lembo: é muito significativo que a minha primeira reunião comece com este nível político de relacionamento no qual pessoas, que mesmo não votando em mim, estão dispostas a trabalhar junto.


Então eu agradeço também de coração a esses que não votaram em mim, e agora me apoiam. Obrigada.

sábado, 1 de novembro de 2014

Perderam mais uma... mas o 3º turno ainda está em marcha.


"Justiça Eleitoral nega auditoria de eleições ao PSDB por falta de fatos"
São são tão ridículos que basearam seu pedido nas mesmas rees sociais que Aécio demonizou quando quis processar mais de 60 usuários do Twitter em Minas...

"O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, afirmou nesta sexta-feira (31) que o pedido do PSDB para uma "auditoria especial" no resultado das eleições não apresenta fatos que possam colocar em xeque o processo eleitoral."

"O ministro classificou a ação protocolada nesta quinta-feira (30) pelo partido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de "incabível" e com potencial para arranhar a imagem do país."

"Na ação, o tucano (Carlos Sampaio) alegou ainda que a diferença de três horas entre o encerramento da votação no Acre e os demais Estados que seguem o horário de Brasília e a margem apertada de diferença "acabaram por fomentar ainda mais as desconfianças".

(Essa é pra rir mesmo! Carlos Sampaío, esse homem bom e defensor dos bons costumes... só em se tratando dos "petralhas", deveria reclamar era com Saturno, o deus do tempo)

"Noronha disse que "parece grave" que a petição tenha sido protocolada na Justiça Eleitoral sem assinatura de Aécio e outros integrantes do partido."

(Penso que Aécio deve ter delegado essa função pra alguém... Luciano Huck? Lobão? Roger do Ultraje?)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O ódio contra os "petralhas" e o humor "inocente"



Política é a arte de buscar mecanismos saudáveis para aparar as arestas no tecido social, para o convívio próximo do ideal para todos, e não uma arena para se conseguir inimigos ou inimigas. Política e ódio não convivem, quando esse caldo se forma, pessoas, relacionamentos e nações são destruídas.


Uma forma bastante frequente de disseminar o ódio contra os petistas e eleitores de Dilma e do PT nesses dias que antecederam o 26/10/2014 e no pós-eleição é esse tipo de humor ácido que só tem olhos, na maioria dos casos, para os erros desse partido e de seus eleitores e simpatizantes, fazendo disso o motivo para as chacotas e xingamentos na forma das "inocentes" tiradas engraçadas.





3° turno em marcha sinistra...

Durma-se em paz com uma dessas:

PSDB solicita auditoria na eleição baseado no sentimento que as redes sociais traduzia no pleito:


“No pedido ao tribunal, partido diz que confia no sistema eletrônico e que só tomou a medida atendendo a dúvidas levantadas nas redes sociais”

Esses pulhas e essas pulhas não sabem perder, como tinham a quase certeza que o golpe em conluio com a mídia (Globo e Veja principalmente) iria fatalmente lhes proporcionar o resultado esperado com a derrocada de Dilma e do PT do Planalto, estão partindo para o golpismo barato e explícito.

Querem ganhar no grito, querem ganhar no tapetão.

Estão aplicando literalmente a estratégia de Lacerda: não pode se candidatar, se eleita não pode ser empossada pois daremos um jeito de fazer perder e tomar o lugar, se empossada não deixaremos governar.

Só ficarei tranquilo quando e se Ricardo Lewandowski  diplomar a Dilma em Janeiro de 2015, até lá todo santo dia teremos notícia de alguma patifaria dessa turma.

E vem Aécio nos falar em "calúnias petistas"

Mataram até o doleiro quando a eleição estava no comecinho... claro... Lula e Dilma eram culpados... recebi via zap zap e acho que muita gente recebeu também essa "bomba", recebi por volta das 09:30h do dia 26/10... vou zoar com quem me mandou essa "notícia".

Ganhamos, mas tem umas coisas que requerem uma profunda investigação desde já.

SP e PR são casos suspeititititíssimos!!!

E não me venham com essa conversinha de que... "mas Dilma teve 8 milhões de votos em SP"... foi assim pra que a fraude não ficasse tão explícita... em determinado momento, por volta das 19:15 hs aqui em Mossoró, a FM dos rosados começou dizer que Aécio e sua turma estavam indo pra Belô pra comemorar a vitória pois Minas havia "virado a eleição"... e... como em 2010 o Norte de Minas, o Norte e o meu Nordeste nos salvaram da barbárie dos calhordas.

Dilma e PT: vamos a fundo nessa história das urnas eletrônicas, tem truta venenosa nesse volume morto, tem sim.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Bandeirantes... avante!!!

Paulistas são de fato "o povo mais politicamente esclarecido do Brasil"... trocaram Eduardo Suplicy (um dos caras mais boa praça de que se tem notícia) por José Serra (o senhor dos dossiês) e, não satisfeitos com tamanho feito, emplacaram a Opus Dei novamente no Estado... vai ser inteligente assim lá... em Mercúrio... que também não tem água... assim como não terão os "bandeirantes" daqui a alguns dias... se refestelem com a pouca água que ainda existe até o dia 26/10 (segundo turno)... depois dai o Mr. Geraldo vai chamar vocês pra uma conversa hídrica.

O Brasil que saiu das urnas em 05/10/2014


Obs: figura obtida a partir de print-screen da página:

         http://politica.estadao.com.br/eleicoes/2014/apuracao/presidente/

         do jornal O Estado de São Paulo.

Vai faltar água nos Jardins e na Paulista...

Tucanos, e uma parte significativa dos eleitores paulistas, são tão prepotentes que agora, com a bomba que é o desabastecimento de água no estado de São Paulo, bomba cujo pavio só vai ser fogueteado após o dia 26/10, eles estão culpando... Deus... isso mesmo... mas só enquanto não podem ainda por a culpa na ANA, na Dilma e no PT; é esse o agrupamento político que tem os votos dos "mais esclarecidos", segundo o ilustre mestre da "teoria da dependência" FHC... 
e desconfio também que as Minas Gerais devem estar lotadinhas de "famintos" e "iletrados" pois deram uma traulitada em Ah É Sim que vai ficar na história... nem vou falar do Piauí, onde 70% dos eleitores devem ser verdadeiros mortos-vivos pois foi esse (7 de cada 10) o tamanho da votação de Dilma naquele estado.

Mudanças?



quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Mercadante analisa a "nova política"

Aloisio Mercadante detona politica social de Marina

A subordinação das políticas sociais ao ajuste fiscal

Como já mencionei, Marina Silva propõe aumentar significativamente o gasto com programas sociais, prevendo um incremento de pelo menos R$ 260 bilhões por ano, o que equivale a 5% do PIB, mas em nenhum momento diz de onde virão os recursos necessários. Apenas diz que esse aumento seria financiado com ganhos de eficiência da administração pública e pelo fim do componente fiscal dos subsídios aos bancos públicos. Além de demagógica e inconsistente, essa proposta revela total desconhecimento pela candidata do Orçamento Geral da União.

Hoje, as despesas de pessoal equivalem a 4,1% do PIB e a margem para sua redução é pequena, até porque já reduzimos essas despesas em 0,5% do PIB, nos últimos 11 anos.  As despesas de custeio correspondem a outros 4%. Porém, metade dela é destinada às áreas de saúde e educação e são consideradas indispensáveis ao seu funcionamento.

Como a candidata propõe que a União antecipe a meta de 10% do PIB para a educação, prevista no PNE, e destine 10% da receita corrente bruta para a saúde, isso só aumentaria a parcela do PIB destinada ao custeio da saúde e da educação. Dessa forma, do total de 8,1% de gasto com pessoal e custeio que a candidata pretende otimizar, sobram apenas 2% do PIB para eventuais cortes diante de gastos adicionais da ordem de 5% do PIB. Ou seja, a conta não fecha.

Não é por outro motivo que Eduardo Giannetti diz que o investimento social será subordinado à meta fiscal, estabelecida por aquele Conselho de Responsabilidade Fiscal, independente do governo, a quem competiria assegurar o superávit primário. Ou seja, se a conta não fechar os pobres vão ter que esperar. Se as contas apertarem, os pobres, novamente, vão ser esquecidos na hora da definição do orçamento público.

Buscar um ganho de eficiência dessa ordem exigiria, portanto, arrochar salários, desestruturar carreiras e reduzir o atual quadro de servidores públicos. É bom lembrar que quando se tentou algo do gênero, o resultado foi o acúmulo de processos e condenações da União e a desestruturação de unidades chave,  para o planejamento e a gestão do Estado.

Ela também propõe cortar as linhas de crédito subsidiado e direcionados que beneficiam a agricultura, a habitação popular, a indústria, a infraestrutura e os exportadores. Contudo, essas subvenções equivalem, hoje, a aproximadamente 0,8% do PIB. Seu fim não supriria a necessidade de expansão do gasto social, mas certamente comprometeria investimentos estratégicos para o desenvolvimento do país.

Portanto, quando a candidata propõe um acréscimo de 5% do PIB, aproximadamente R$ 260 bi, nas despesas do governo federal, ela precisa dizer de onde virão esses recursos. A distribuição de renda e a inclusão têm um custo fiscal não desprezível, e são atualmente os eixos estruturantes do desenvolvimento econômico recente. A criação de um mercado interno de consumo de massas mudou a dinâmica econômica e as relações sociais do país. O retorno a uma política de choque, ortodoxa, e pautada por um neoliberalismo tardio e ultrapassado, significa, na prática, abdicar das políticas sociais que, de acordo com a ONU, foram responsáveis por uma inédita distribuição de renda e pela retirada do Brasil do Mapa da Fome.

Na política econômica proposta por Marina, o social é apenas uma variável de ajuste da política fiscal, que foi terceirizada para o seu comitê de tecnocratas. 


Fonte:  http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/padrao-brasil/programa-de-govern...